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segunda-feira, 5 de agosto de 2019

PILMAIKEN SIN REPRESAS.



"Como Colocolinos Conscientes entendemos que el futbol tambien tiene que ser una herramienta de organización social en torno a las legitimas demandas de los pueblos oprimidos.
Hoy en solidaridad con los Lof en resistencia del Rio Pilmaiken, nos manifestamos y nos posicionamos en contra de la empresa Noruega STATKRAFT y contra el Estado Chileno quienes a traves de sus genocidas centrales Hidroelectrica profanan y usurpan el territorio Mapuche Williche. Declaramos nuestro más rotundo rechazo a la construccion de las 2 represas que intentaran construir precisamente este mes de agosto donde se inundaran un cementerio Mapuche y el territorio Sagrado donde posa el Ngen Mapu Kintuante.
Exijimos el retiro inmediato de la empresa STATKRAFT del rio Pilmaiken, y de la fuerza represiva que hostiga dia a dia con violencia y represión a la decidida resistencia Mapuche Williche".

Fentxen newen kom pu peñi ka pu lagmien.
MARRICHIWEW YAYAYAYAYA

HINCHADA MAPUCHE

quarta-feira, 12 de junho de 2019

O Rio Doce está morto - É Oficial!



O rompimento das barragens em Mariana-MG é um desastre social – nove mortos e 18 desaparecidos já foram contabilizados até o momento. Aos poucos, porém, uma outra face da tragédia vem se revelando: o desastre ambiental provocado pelo rompimento. Por enquanto o Rio Doce – o mais importante de Minas Gerais – é a principal vítima. Especialistas já declaram que ele está oficialmente morto.

Uma análise laboratorial encomendada após o desastre encontrou na água do rio partículas de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e mercúrio. Segundo Luciano Magalhães, diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guando, órgão responsável pela análise, “parece que jogaram a tabela periódica inteira” dentro do rio. Segundo ele, a água não tem mais utilidade nenhuma, sendo imprópria para irrigação e consumo animal e humano.

Além desses metais pesados, a própria força da lama prejudicou a biodiversidade do rio para sempre – ambientalistas não descartam a possibilidade de que espécies endêmicas inteiras tenham sido soterradas pela lama. A quantidade de lama é tamanha (cerca de 20 mil piscinas olímpicas) que o rio teve o seu curso natural bloqueado, fazendo com que perdesse força e formasse lagoas que também não devem ter vida longa, já que, além dos minérios de ferro, esgoto, pesticidas e agrotóxicos também estão sendo carregados pelas águas.

Pescadores da região criaram uma força-tarefa para combater o problema. A Operação Arca de Noé quer atuar em regiões da bacia hidrográfica do Rio Doce que ainda não foram atingidos pela enxurrada, transferindo os peixes para lagoas de água limpa utilizando caixas, caçambas e lonas plásticas.

A multa preliminar que a Samarco (mineradora responsável pela barragem) deverá pagar por causa dos danos ambientais gira em torno de R$ 250 milhões.

fonte Revista Galileu/Globo.com

quinta-feira, 4 de abril de 2019

“Aí está Minas: a mineiridade”: uma declaração de Amor de Guimarães Rosa


Minas Gerais

Minas é a montanha, montanhas, o espaço erguido, a constante emergência, a verticalidade esconsa, o esforço estático; a suspensa região — que se escala. Atrás de muralhas, caminhos retorcidos, ela começa, como um desafio de serenidade. Aguarda-nos amparada, dada em neblinas, coroada de frimas, aspada de epítetos: Alterosas, Estado montanhês, Estado mediterrâneo, Centro, Chave da Abóbada, Suíça brasileira, Coração do Brasil, Capitania do Ouro, a Heroica Província, Formosa Província. O quanto que envaidece e intranquiliza, entidade tão vasta, feita de celebridade e lucidez, de cordilheira e História. De que jeito dizê-la? MINAS: patriazinha. Minas — a gente olha, se lembra, sente, pensa. Minas — a gente não sabe.

Sei, um pouco, seu facies, a natureza física — muros montes e ultramontes, vales escorregados, os andantes belos rios, as linhas de cumeeiras, a aeroplanície ou cimos profundamente altos, azuis que já estão nos sonhos — a teoria dessa paisagem. Saberia aquelas cidades de esplêndidos nomes, que de algumas já roubaram: Maria da Fé, Sêrro Frio, Brejo das Almas, Dores do Indaiá, Três Corações do Rio Verde, São João del Rei, Mar de Espanha, Tremendal, Coromandel, Grão Mogol, Juiz de Fora, Borda da Mata, Abre Campo, Passa Tempo, Buriti da Estrada, Tiros, Pequi, Pomba, Formiga, São Manuel do Mutum, Caracol, Varginha, Sete Lagoas, Soledade, Pouso Alegre, Dores da Boa Esperança… Saberei que é muito Brasil, em ponto de dentro, Brasil conteúdo, a raiz do assunto. Soubesse-a, mais.

Sendo, se diz, que minha terra representa o elevado reservatório, a caixa-d’água, o coração branco, difluente, multivertente, que desprende e deixa, para tantas direções, formadas em caudais, as enormes vias: o São Francisco, o Paranaíba e o Grande que fazem o Paraná, o Jequitinhonha, o Doce, os afluentes para o Paraíba, e ainda; — e que, desde a meninice de seus olhos-d’água, da discrição de brejos e minadouros, e desses monteses riachinhos com subterfúgios, Minas é a doadora plácida.

Sobre o que, em seu território, ela ajunta de tudo, os extremos, delimita, aproxima, propõe transição, une ou mistura: no clima, na flora, na fauna, nos costumes, na geografia, lá se dão encontro, concordemente, as diferentes partes do Brasil. Seu orbe é uma pequena síntese, uma encruzilhada; pois Minas Gerais é muitas. São, pelo menos, várias Minas.

A que via geral se divulga e mais se refere, é a Minas antiga, colonial, das comarcas mineradoras, toda na extensão da chamada Zona Mineralógica, a de montes de ferro, chão de ferro, água que mancha de ferrugem e rubro a lama e as pedras de córregos que dão ainda lembrança da formosa mulher subterrânea que era a Mãe do Ouro, deparada nas grupiaras, datas, cavas, lavras, bocas da serra, à porta dessas velhas cidades feitas para e pelo ouro, por entre o trabeculado de morros, sob picos e atalaias, aos dias longos em nevoeiro e friagem, ao sopro de tramontanas hostis ou ante a fantasmagoria alva da corrubiana nas faces de soalheiro ou noruega, num âmbito que bem congrui com o peso de um legado severo, de lástimas avaliadas, grandes sinos, agonias, procissões, oratórios, pelourinhos, ladeiras, jacarandás, chafarizes realengos, irmandades, opas, letras e latim, retórica satírica, musas entrevistas, estagnadas ausências, música de flautas, poesia do esvaziado — donde de tudo surde um hábito de irrealidade, hálito do passado, do longe, quase um espírito de ruínas, de paradas aventuras e problemas de conduta, um intimativo nostalgir-se, que vem de níveis profundos, a melancolia que coerce.

Essa — tradicional, pessimista talvez ainda, às vezes casmurra, ascética, reconcentrada, professa em sedições — a Minas geratriz, a do ouro, que evoca e informa, e que lhe tinge o nome; a primeira a povoar-se e a ter nacional e universal presença, surgida dos arraiais de acampar dos bandeirantes e dos arruados de fixação do reinol, em capitania e província que, de golpe, no Setecentos, se proveu de gente vinda em multidão de todas as regiões vivas do país, mas que, por conta do outro e dos diamantes, por prolongado tempo se ligou diretamente à Metrópole de além-mar, como que através de especial tubuladura, fluindo apartada do Brasil restante. Aí, plasmado dos paulistas pioneiros, de lusos aferrados, de baianos trazedores de bois, de numerosíssimos judeus manipuladores de ouro, de africanos das estirpes mais finas, negros reais, aproveitados na rica indústria, se fez a criatura que é o mineiro inveterado, o mineiro mineirão, mineiro da gema, com seus males e bens. Sua feição pensativa e parca, a seriedade e interiorização que a montanha induz — compartimentadora, distanciadora, isolante, dificultosa. Seu gosto do dinheiro em abstrato. Sua desconfiança e cautela — de vez que de Portugal vinham par ali chusmas de policiais, agentes secretos, burocratas, tributeiros, tropas e escoltas, beleguias, fiscais e espiões, para esmerilhar, devassar, arrecadar, intrigar, punir, taxar, achar sonegações, desleixos, contrabandos ou extravios do ouro e os diamantes, e que intimavam sombriamente o poder do Estado, o permanente perigo, àquela gente vigiadíssima, que cedo teve de aprender a esconder-se. Sua honesta astúcia meandrosa, de regato serrano, de mestres na resistência passiva. Seu vezo inibido, de homens aprisionados nas manhãs nebulosas e noites nevoentas de cidades tristes, entre a religião e a regra coletiva, austeras, homens de alma encapotada, posto que urbanos e polidos. Sua carta de menos. Seu fio de barba. Sua arte de firmeza.

Fonte Revista Prosa Verso e Arte

domingo, 31 de março de 2019

As guardiãs da Floresta.




Odisha

Mulheres são fortalezas, muito mais fortes e poderosas do que você algum dia imaginou. Um grupo de 75 voluntárias tem passado todos os dias dos últimos 20 anos patrulhando uma floresta de 75 hectares na Índia, com o objetivo de protegê-la contra lenhadores e contrabandistas de madeira. Tudo começou em 1999, quando um forte ciclone devastou a região de Odisha, próxima ao Golfo de Bengala. Milhares de pessoas morreram, perderam suas casas e todos os seus pertences, porém uma pequena aldeia próxima a esta floresta passou ilesa à tragédia e o motivo era justamente a floresta.

O mangue protegeu as pessoas do ciclone e foi então que eles perceberam que tinham uma obrigação moral de cuidar desta floresta. A tarefa de vigiar, portanto, ficou para as mulheres. Charulata Biswal – de 52 anos, é uma destas mulheres e todos os dias se lembra o motivo que a fez estar ali: “Percebemos que foi por causa da floresta sobrevivente que ainda estávamos vivos. Por isso nos comprometemos a proteger a floresta em troca e restaurar a biodiversidade”.

Fortes e determinadas a proteger este patrimônio natural, elas garantem que seus assobios e olhares severos, fazem os lenhadores irem embora sem questionar, afinal, eles também sabem que estão errados. No fundo eles sabem. “Nós nos espalhamos pelas florestas e sopramos assobios.Qualquer um com a intenção de prejudicar a biodiversidade local foge ao ouvir nosso assobio e bater nossas varas nos troncos das árvores“.

Por
Gabriela Glette

Adidas - 11 milhões de tênis com plásticos retirados dos oceanos.

Segundo dados divulgados pela ONU, 80% de todo o lixo marinho é composto por plástico e a estimativa é que em 2050 a quantidade de resíduos plásticos na água supere a de peixes. Lutando contra este terrível cenário, a Adidas se comprometeu a produzir 11 milhões de tênis com plásticos retirados dos oceanos.


Porém, além de calçados, a Adidas também está em parceria com estilistas como Stella McCartney para criar roupas esportivas sustentáveis. Os esforços, entretanto, não estão concentrados apenas no produto final, já que a empresa também se preocupa com a fase de produção, utilizando materiais sustentáveis e empenhados em reduzir as emissões de CO2 e a prevenção de resíduos.


Por 
Gabriela Glette

sexta-feira, 22 de março de 2019

As águas do Velho Chico já estão imprópria para uso da população.


Resíduos de Brumadinho já matam os peixes do rio São Francisco

Dados da Fundação S.O.S. Mata Atlântica mostram que alguns trechos do Velho Chico já estão com água imprópria para uso da população.
Concentração de ferro, manganês, cromo e cobre estão acima dos limites permitidos por lei.
"Depois de percorrer 120 quilômetros no Alto São Francisco com pescadores locais, observamos muitos trechos com perda de fauna aquática. As aves também desapareceram do entorno", lamenta a pesquisadora Malu Ribeiro, assessora da S.O.S. Mata Atlântica especialista em água.


quarta-feira, 20 de março de 2019

A cultura do povo Kalunga e as cachoeiras de Teresina de Goiás - Chapada dos Veadeiros


Não deixe que a pouca idade de Teresina de Goiás te engane: apesar de ter menos de 50 anos, a cidade esbanja história e cultura. O município mais novo da Chapada dos Veadeiros possui a riqueza cultural das comunidades Kalunga, belezas naturais de encher os olhos e 17 cachoeiras à disposição dos turistas. E para aqueles que sempre estão em busca de novidades, saibam que existe um novo horizonte pronto para ser explorado do outro lado da Chapada dos Veadeiros.


Teresina é considerada a capital do Caju, e esconde tesouros naturais de tirar o fôlego; com cachoeiras e rios cristalinos bem próximos um aos outros, ainda há locais escondidos pela serra e desconhecidos pelos visitantes da Chapada.
Quer saber um pouquinho mais? Confira:


A maior comunidade de remanescentes quilombos do Brasil vive por lá. É interessante ressaltar que essa é uma comunidade que construiu a sua cultura ao longo de quase 300 anos de isolamento (que foi uma maneira do povo Kalunga de encontrar a liberdade). Até 1982 não havia um levantamento sobre sua sociedade – que só teve seu valor reconhecido pela antropóloga Mari Baiocchi.


A cachoeira mais famosa e visitada é a do Poço Encantado. Com uma belíssima queda d’água cristalina, ela é cercada por uma vegetação exuberante e muito bem conservada. O Poço Encantado tem aproximadamente 38 metros de altura, e o poço da cachoeira tem 50 metros de diâmetro – formando uma deliciosa piscina natural.




Principais eventos: Folia de Santos Reis (janeiro); Festa de São Lázaro (fevereiro); Reza de São José (março); Folia do Divino Pai Eterno (junho); Festa de São João Batista (junho); Romaria de Nossa Senhora da Abadia (agosto); Folia de Santa Teresinha (setembro); Festa Nossa Senhora do Livramento (outubro); Festa do Caju (novembro); Festa de Santa Luzia (dezembro).



CAT Teresina de Goiás: (62) 3467-1140

Site da Prefeitura: Teresina de Goiás

Fonte http://www.curtamais.com.br

quinta-feira, 14 de março de 2019

Milhares de galinhas se juntam para matar raposa invasora!


Galinhas de uma fazenda-escola no noroeste da França são suspeitas de terem se juntado para matar uma raposa jovem que entrou no local.
O incidente inusitado ocorreu na região francesa da Bretanha. A raposa entrou num galpão onde viviam cerca de 3 mil galinhas, através de uma portinhola automática, que se fechou logo depois de sua passagem.
"As galinhas agiram levadas por um instinto de manada, e atacaram a raposa com bicadas", diz Pascal Daniel, diretor da escola agrícola Gros-Chêne.
O corpo da pequena raposa foi encontrado no dia seguinte, num canto do galpão.
De acordo com o diretor da fazenda-escola onde ocorreu o incidente, galinhas podem facilmente atacar invasores mais fracos
"Tinha marcas de bicos por toda parte, do pescoço para baixo", disse Daniel à agência francesa de notícias AFP.
A fazenda abriga cerca de seis mil galinhas criadas soltas. Elas ocupam um espaço de pouco mais de dois hectares de terra.
O galpão onde elas vivem permanece aberto no período diurno, e a maioria das galinhas passa o dia do lado de fora, segundo a AFP.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Escorpião. Uma ameaça para as grandes cidades

              ESCORPIÃO AMARELO VENENOSO (TITYUS SERRULATUS) (FOTO: FLICKR/JOSÉ ROBERTO PERUCA/CREATIVE COMMONS)

                     Infestação de escorpiões no Brasil pode ser imparável, diz pesquisador

"Moro em São Paulo, a maior cidade do Brasil, que abriga cerca de 12 milhões de pessoas – 20 milhões se você contar os arredores, que estão espalhados há três décadas.

Isso faz com que seja um bom lugar para observar o fenômeno que eu pesquiso: problemas sociais complexos. Na vida acadêmica, esse conceito refere-se a problemas como corrupção, crime e trânsito – problemas que, na prática, não podem ser resolvidos. Eles devem ser simplesmente mitigados ou gerenciados.
São Paulo é uma cidade densa, com escassos espaços verdes e pouca ou nenhuma vida animal – sem esquilos, sem guaxinins, nem mesmo muitos pássaros. Então fiquei surpreso quando, em janeiro, soube que os escorpiões haviam infestado meu bairro.

Acontece que pessoas do outro lado da cidade e do estado de São Paulo estavam tendo o mesmo problema com esses perigosos e venenosos insetos. Em todo o estado, picadas de escorpião triplicaram nas últimas duas décadas.

Quatro tipos de escorpião vivem em todo o Brasil, mas historicamente apenas em áreas rurais. Os moradores de São Paulo são urbanos. Nós conquistamos a natureza – ou assim pensamos.

Escorpiões urbanos do Brasil
A infestação de escorpião no Brasil é o exemplo perfeito de como a vida moderna se tornou imprevisível. É uma característica do que nós, no complexo campo de problemas, chamamos de um mundo “VUCA” (na sigla em inglês) – um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo.

Cerca de 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo, do México à Rússia, vivem com escorpiões, que geralmente preferem habitats quentes e secos.

Mas as cidades brasileiras também fornecem um excelente habitat para os escorpiões, dizem os especialistas. Elas oferecem abrigo em redes de esgoto, muita água e comida no lixo que não é recolhido, e não há predadores naturais.

Escorpiões, como as baratas que eles comem, são uma espécie incrivelmente adaptável. Como o clima no Brasil fica mais quente devido às mudanças climáticas, os escorpiões estão se espalhando por todo o país – inclusive nos estados sulistas mais frios que raramente, ou nunca, tiveram relatos de escorpiões antes deste milênio.

O número de pessoas picadas por escorpiões em todo o Brasil aumentou de 12 mil em 2000 para 140 mil no ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde.

A maioria das picadas de escorpião é extremamente dolorosa, mas não fatal. Para as crianças, no entanto, elas são perigosas e requerem atenção médica urgente. Oitenta e oito pessoas morreram de feridas em 2017, segundo o jornal O Globo, destacando a falta de atendimento médico adequado disponível em pequenas cidades. Muitos dos mortos são crianças.

Em Americana, uma cidade com cerca de 200 mil habitantes no estado de São Paulo, equipes que realizam buscas noturnas por escorpiões capturaram mais de 13 mil no ano passado – isso é o equivalente a um escorpião para cada 15 pessoas.

Pior ainda, a espécie que aterroriza os brasileiros é o perigoso escorpião amarelo, ou Tityus serrulatus. Ele se reproduz por meio do milagre da partenogênese, significando que um escorpião feminino simplesmente gera cópias de si mesma duas vezes por ano – nenhuma participação masculina é necessária.

Cada instância da reprodução partenogenética pode gerar 20 a 30 filhotes de escorpião. Embora a maioria morra em seus primeiros dias e semanas de vida, livrar as cidades brasileiras de escorpiões seria uma tarefa hercúlea, se não totalmente impossível.
...Temo que os escorpiões amarelos venenosos tenham reivindicado seu lugar ao lado de crimes violentos, tráfico brutal e outros problemas crônicos com os quais os urbanitas no Brasil precisam lidar diariamente."

Hamilton Coimbra Carvalho é pesquisador em Problemas Sociais Complexos, na Universidade de São Paulo (USP). Este artigo foi escrito em inglês e originalmente publicado no The Conversation.