Le Film Qui Révéla Le Cinéma Brésilien Au Monde Entier
Nos anos 50, O Cangaceiro tinha sido aplaudido pelo público internacional, abrindo as portas do mercado exterior para o cinema brasileiro. A partir da penetração do Cinema Novo e do intenso debate teórico atuado pelos cineastas, todavia, o filme passa a ser percebido como representação superficial e estereotipada da realidade nordestina e do Brasil. Assim, o modo em que as obras como Deus e o diabo na terra do sol superam as expectativas do público europeu, substituindo a imagem exótica do nordeste pela ideia do cangaço como fenômeno revolucionário em campo estético e político – leitura essa que se consolidaria no fim dos anos 60 -, fornece um critério objetivo para determinar o seu valor artístico: a sua eficiência estética evidencia-se pelo fato de que, evocando o horizonte de expectativas instaurado por O Cangaceiro (1953), não se limite a preenchê-lo, mas o descomponha criticamente, abrindo um novo horizonte e colaborando para a formação de novos cânones.
Paula Siega
(uma análise da recepção entre o cinema de Barreto e de
Rocha)